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Quarta-feira, 3 de Outubro de 2007

Felicidade perdida (4)...

Dia 21 de Setembro de 2006: Eram 7h da manhã, levantei-me com dores, e fui ao wc, tinha perdas novamente, e não exitei em chamar o meu B. não ia conseguir que chegassem as 9h para ir à consulta. Tomei um banho, vesti-me e lá fomos de novo às urgências do hospital de onde tinha saído hà 12 horas. Estava muito assustada, levei todas as minhas coisas para ficar internada pois sabia que disso não me livrava.

As dores continuavam mas suportavam-se. Entrei naquelas urgências e dei de caras com o médico que me tinha dado alta no dia anterior.

Notei que também ele estava em pânico, não com o que me estava a acontecer, mas por ele, pelo profissionalismo que eu poderia pôr em causa.

Fomos fazer uma ecografia, e de novo ele diz estar tudo bem, as palavras dele foram: "As bebés estão bem, o líquido está normal, e as placentas nem estão prévias".

Eu via as minhas filhas naquele ecran, a mexerem, e ainda pensei que seria só mais um susto. Mas não era...quando me fez o exame ginecológico viu que tinha o colo todo dilatado, e que a Leonor estava a nascer.

Não consigo mesmo que queira descrever o que senti. Estava sozinha naquela sala de urgências, e o meu B. cá fora sem saber o que se estava a passar.

Mandaram-me para aquele quarto e aquela cama que já me eram tão familiares. Deram-me uma medicação para atrasar as contracções e disseram-me que ainda se podia salvar a Beatriz, embora a percentagem de que tudo corresse bem fosse muito reduzida.

Veio o meu B. ao pé de mim, já sabia...o médico esteve a falar com ele. Eu depois de estar ali deitada com a medicação, ainda pensei que Deus não me ia abandonar e que ia salvar as minhas filhas, nem que estivesse deitada o resto da gravidez.

Comecei a melhorar das contracções, senti que num dado momento fiquei aliviada, e comentei com o meu B. que as dores estavam a passar.

Ele todo atrapalhado e em profundo sofrimento, disse-me que uma vez que estava melhor, viria ao emprego dizer o que se passava e orientar o serviço, para que não tivesse que trabalhar nesse dia. (Deus tinha-o tirado dali naquele momento, para que não sofresse mais ainda).

Eu queria-o ali pertinho de mim, porque não tinha mais ninguém, os meus pais quase não se mexiam, e só me restava o amor da minha vida, o pai das minhas filhas.

Não exitei e disse-lhe para ir, que me sentia melhor.

Eram umas 10h da manhã, chovia lá fora e parecia um dia de Inverno. Começo a sentir muitas dores, imensas, estava sozinha no quarto, senti sair o rolhão, e cada vez mais dores, e mais dores, as dores do parto, do medo, do terror, do sonho perdido.

Comecei a sentir a expulsão da Leonor, e toquei à campaínha, veio a enfª que por acaso era muito amável, gritou pelo médico com urgência, e lá vieram não um, mas dois médicos, o que me assistiu, e o que estava a entrar de turno.

Não tive tempo de ir para o bloco de partos, e ali onde estive deitada 4 dias, nasceram as minhas filhas.

Depois de nascer a Leonor, ainda pensei que a Beatriz se aguentasse no meu ninho quentinho, mas não, a minha filha quis juntar-se à irmã que sempre a acompanhou até ao fim.

A Beatriz só nasceu porque as placentas estavam muito coladas e uma puxou a outra, e com o colo aberto, era muito dificil ela lá ficar.

Custou-me muito, nem desejo a ninguem as dores que tive...a Beatriz nasceu com o saco que não rebentou, o que fazia um volume de um bebé de fim de gestação.

Perguntaram-me se queria vê-las e logo me ergui...nunca me irei esquecer daquela imagem, de duas meninas lindas, que até já tinham cabelinho castanho como os seus progenitores.

Estava descontrolada, deram-me muitos comprimidos para me acalmar, porque os meus gritos ouviam-se por todo o hospital, mas só consegui algum efeito depois de tudo acontecer.

Eram 11h, lavaram-me e mudaram-me, senti-me mutilada, vazia, e nem acreditava que em duas horas perdi duas filhas que viveram até ao último minuto.

Às 11.20h liguei ao meu B. que ainda não sabia o que tinha acontecido. Estava a chegar ao hospital, e num choro profundo, nos abraçamos, deixaram-nos sozinhos, em sofrimento, não sei se estaria melhor que ele, acho que não. Nunca tinha visto o meu B. chorar (e já perdeu um pai e um irmão), mas as filhas eram o seu maior orgulho, carne da nossa carne.

Entrei em hipotermia, e tinha que comer. O meu B. foi comprar-me um bitoque que ainda hoje não sei como senti tanta vontade de comer.

O resto deste dia, vocês imaginam como foi, entre muitas lágrimas caídas e telefonemas que não paravam, fez-se noite, tive que ficar sozinha, dormi muito pouco, e o tempo que estava acordada, abraçava as ecos das minhas filhas.

No dia seguinte pela manhã, fui visitada pelo meu médico obstetra que por acaso estava de banco nesse dia. Ficou sem reacção, sem palavras quando me viu. Sentou-se na minha cama e disse-me que nunca pensou que aquilo fosse acontecer. Entra a médica que me internou no domingo anterior. Sem pensar que eu ouvia, comentou com o meu médico, que eu nunca poderia ter alta, porque tinha entrado com risco de parto, e que tinham tentado a minha transferencia para a MAC, só que eles não aceitaram.

Deu-me alta naquela manhã, e saí do hospital sem sequer fazer uma eco para saber se estava tudo bem e com a 1ª prova para superar. Saír por aquela sala de espera, onde se encontravam os papás felizes à espera das notícias do nascimento dos seus rebentos, e eu que ainda no dia anterior tinha entrado ali com a minha barriguinha, agora saía vazia, por dentro e por fora, vazia de barriga e de coração.

Viemos a casa buscar umas roupas, dar um bj aos meus pais, e fomos para o nosso refúgio em Peniche , ali passamos 5 dias, longe de todas as pessoas que certamente se amontoavam a fazerem perguntas e com olhares de pena.

Não dormia, nem de noite, nem de dia, não conseguia estar às escuras e passava as noites de luz acesa. Quando ficava no escuro, só via as imagens daquele terror por que passei.

Estavamos de rastos, sem forças nem para fazer um prato de comida.

Mas o meu B. foi e será sempre o meu suporte de vida, a ele lhe agradeço eternamente tudo o que fez por mim. Se hoje estou como estou, sem nunca ter caído lá no fundo do poço, a ele lhe devo. OBRIGADA meu AMOR.

Dia 23 de Setembro de 2006: Eram 22h, estava deitado no sofá, no nosso refúgio, e de repente, sinto os peitos todos encaroçados, subiu-me o leite. Meu Deus, o que faria? Ainda só tinha passado 2 dias de ter perdido as minhas filhas e estava de novo confrontada com o pânico.

Dirigi-me ao hopital de Peniche, e o médico mandou-me tirar o leite à bomba. Corri o distrito às 00.00h à procura de uma bomba que só encontrei nas Caldas da Rainha.

Até às 2h da manhã eu bem que tentava tirar o leite, mas não saíu quase nada. E depois não tinha as minhas meninas para dar. É horrível o sentimento de revolta...

No outro dia de manhã lá fui novamente ao hospital onde nasceram as minhas filhas, saber o que fazer, porque os meus peitos estavam enormes e todos encaroçados.

Nunca devia ter estimulado, mas foi o que me mandaram fazer. Devia ter começado  a tomar o parlodel logo no dia do parto para secar o leite, mas ninguém se lembrou, que me aparecia o leite.

Lá comecei a tomar, e os meus peitos voltaram ao normal.

Dia 26 de Outubro de 2006: Chega o resultado das autópsias. A causa do parto prematuro foi o descolamento grave de uma das palcentas, está lá bem escrito.

A revolta se já existia, aumentou, mas decidimos não processar o hospital, porque iria ser um processo moroso e que só nos ajudava a aumentar o sofrimento. Hoje acho que me arrependo. Fui com o resultado mostrar ao meu médico obstetra, que confirmou que nem todos os médicos sabem fazer ecografias, por isso não detectaram o descolamento nas 3 ecografias que fiz nesses dias.

Tive direito a tudo, contracções, dilatação, dores, parto natural, subida do leite, licença de maternidade, só não tive direito a ter as minhas filhas nos meus braços.

Sei que viveram até ao último minuto, e que se a mãe tivesse optado por outros especialistas quem sabe se estaria prestes a festejar os seus 1ºs aniversários...

Aqui fica o relato de uma gravidez que durou 16 anos e a qual foi muito desejada pelos seus pais.

Passado um ano ainda permanece o vazio físico e emocional...

Um bj muito triste

Susana Pina

 

 

publicado por sonhoterumfilho às 10:01
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De Anónimo a 3 de Outubro de 2007 às 19:04
ai linda....
as palavras não conseguem dizer aquilo que te queria dizer! Recebe o meu abraço forte, muito forte e mil beijinhos doces!
Força amiga linda!
cate
Comentar:
De
( )Anónimo- este blog não permite a publicação de comentários anónimos.
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